Como a alimentação pode proteger sua saúde mental?
- Cintia Silva
- 15 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Como a alimentação pode proteger sua saúde mental?
Os transtornos mentais representam a principal causa de incapacidade na sociedade atual. Dados recentes mostram que 300 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com depressão e 260 milhões com transtorno de ansiedade. Além disso, estas condições, frequentemente, estão associadas com outras doenças crônicas não transmissíveis como doença cardiovascular, obesidade e câncer.
Embora os sintomas decorrentes dessas doenças sejam bem conhecidos, as causas e os mecanismos são complexos e dependem de vários fatores. Portanto, o reconhecimento precoce dos primeiros sintomas e a identificação dos possíveis fatores de risco para modificar a exposição crônica a eles, é de suma importância para impedir o desenvolvimento de condições sérias destinadas a ter um crescente impacto na população em geral e nas gerações futuras.
Cada vez mais os estudos têm focado na relação entre a alimentação e a saúde mental.
Glabska et al. (2020) realizaram revisão sistemática e observaram que a alta ingestão total de frutas e vegetais, e alguns de seus subgrupos específicos, incluindo frutas vermelhas, frutas cítricas e vegetais de folhas verdes pode proteger contra sintomas depressivos e ainda promover níveis mais elevados de otimismo, bem como reduzir o nível de sofrimento psicológico. Segundo os pesquisadores 5 porções de frutas e vegetais por dia são suficientes para obtenção de benefícios para a saúde mental!
Os alimentos são fontes de nutrientes e não nutrientes que podem ajudar a proteger nossa saúde mental. Dentre esses compostos destacamos a vitamina E, D, B12, folato, zinco, magnésio, ferro, ácidos graxos polinsaturados, polifenóis, peptídeos bioativos e probióticos que já foram investigados quanto a influência nas diferentes doenças neurológicas comuns como: doença de Alzheimer, depressão maior, doença de Parkinson, autismo, esquizofrenia, entre outros.
Dentre os principais mecanismos investigados destacam-se o papel antioxidante, anti-inflamatório, aumento da síntese de neurotransmissores, regulação de hormônios e redução da disbiose. Portanto, estes compostos bioativos representam uma alternativa promissora em relação à administração de medicamentos tradicionais.
Embora, mais estudos sejam necessários para explorar seus mecanismos, já podemos adequar a dieta priorizando alimentos fontes destes nutrientes.
Referências:
Godos, J., Currenti, W., Angelino, D., Mena, P., Castellano, S., Caraci, F., ... & Grosso, G. (2020). Diet and mental health: Review of the recent updates on molecular mechanisms. Antioxidants, 9(4), 346.
Fernández, M. J., Valero-Cases, E., & Rincon-Frutos, L. (2019). Food components with the potential to be used in the therapeutic approach of mental diseases. Current pharmaceutical biotechnology, 20(2), 100-113.
Głąbska, D.; Guzek, D.; Groele, B.; Gutkowska, K. Fruit and Vegetable Intake and Mental Health in Adults: A Systematic Review. Nutrients 2020, 12, 115.




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